[AS PULGAS]

Pulga é o apelido que elas se chamam fraternalmente desde o dia que entenderam que não se separariam mais. “Les Puces”, mais precisamente, como os estudantes em Paris chamavam a dupla dinâmica: Isabelle & Verena.

Isabelle é uma entidade solar.
Com sangue nômade & gitano, ela veio para este universo munida de altruísmo, animação e verdade.
Desfila por aí seu positivismo incorporado numa alma flamenca pintada com uma paleta recheada de pantones vibrantes, pigmentos nobres e com acabamento em folha de ouro.

Já Verena tem espírito aventureiro, daqueles que gosta de galopar por aí num cavalo selvagem adornado com penas entrelaçadas nas crinas.
Costumo dizer que ela se parece mais com uma Valkiria, personagem da mitologia nórdica misturada com uma dama da aristocracia belga de tênis Vans. [VERENA]

Com 21 anos foi morar na França e para pagar seu curso de arte, vendeu seu belo cabelo loiro num concurso internacional da L’Oreal em Paris.
Desde então vagava pela cidade com seu look vanguarda alla “Joãozinho” pintado com henna vermelha justamente para conhecer pessoas excêntricas e aritstas diferentes...conheceu tantos que hoje pode chamá-los todos de amigos. [VERENA]

Viajou pela Grécia de mochila, conheceu mercados exóticos no Marrocos, desembarcou na Síria na cidade da Rainha Zenobia, se perdeu em Jaisalmer,  deslumbrou-se com beduínos, dançou nas ruínas gigantescas do Líbano, percorreu Botswana e Namíbia... hoje em dia sonha com a misteriosa Birmânia!
Verdade verdadeira, ela gosta mesmo é de ficar dentro de sua concha, nas entranhas do seu reino exótico reino. [VERENA]

Passa horas pintando na biblioteca, dançando música xamã pela casa e plantando sementes no terraço que ela traz destes diversos lugares do mundo.
Por lá ela pode festejar com suas crias e reinar juntamente com Maxime e Scheik, seus  salukis suntuosos, cães que eram considerados no Egito Antigo parte da realeza. [VERENA]

Filha de Emile, um pintor francês cujo mestre foi simplesmente Marc Chagall e também filha de Marlene, uma campeã de tênis irreverente, ela nasceu onde tudo era muito exótico, simples & sofisticado ao mesmo tempo. [ISABELLE]

A paixão do pai parisiense sempre foi a Bahia.
Assim ela cresceu ouvindo Dorival Caymmi, lendo Jorge Amado e brincando com sua primeira boneca, uma baianinha de veste branca feita de renda, cesta de frutas na cabeça, colares dourados e muita magia.
Seu sorvete predileto até hoje é o de coco branco lá da sorveteria da Ribeira em Salvador.
[ISABELLE]

Uma infância bem protegida, numa casa considerada um paraíso na Terra, movida a comida boa, muita música, inúmeros gringos, livros, orquídeas e diversos bichos.
Sempre teve uma conexão extremamente forte com o divino e acredite se puder, ela já quis ser freira.
Sabe que para vestir sua segunda pele, a tão aclamada alma, é necessário alimentar-se bem dos mistérios do cosmos para assim entender melhor sobre o dresscode espiritual usado aqui na vida mundana.
[ISABELLE]

Mercante de sonhos, mediadora da beleza, interlocutora da alegria, entende que quem cria renasce todos os dias.
Isabelle acorda para seguir seu coração e pintar sempre para celebrar o AMOR.
Quem a conhece sabe bem disso e quem não a conhece gostaria de conhece-la já!
[ISABELLE]

Belle tem mania de pijamas, chinelinhos e K Jacques sandals, sua viagem dos sonhos é Sevilla sempre, repetiria quantas vezes fosse necessário para tomar Genebra de Naranjo e tocar castanholas por ali.
Ama os filmes de Saura, Fellini e Ettore Scolla. É devota de Guadalupe e de Kuan Yin.
[ISABELLE]

Vere costuma abraçar as árvores da floresta para poder escutá-las, energizando sua mente e assim reconectando sua força através destas centenárias raízes.
Assim como Picasso, ela costuma caminhar distraída pela vida calçada com sua sandália mallorquina,
[VERENA]

O lugar mais lindo na Terra para essas hermanas de alma é o atelier onde pintam juntas há muito anos. Espécie de célula de criação que gira em torno de uma jabuticabeira centenária narrando uma história única de amizade repleta de talento e cumplicidade.  Protegidas certamente pelos amuletos cabalísticos, muita sálvia branca e rituais para a lua.
Talvez “A Grande Beleza” de Paolo Sorrentino possa explicar parte dos mistérios encantados desta dupla de magas

Cercada por mulheres lindas, modernas e muito femininas aprendeu a gostar de tudo aquilo que tem qualidade e seu lema hoje em dia é “Only the Best!”
Um ser exigente, carregado de virtudes que procura dar o seu melhor para receber também as maravilhas da vida.
[ISABELLE]

Quando era ainda menina, passava horas sozinha no topo das árvores mais altas que circundavam a casa de sua avó materna em Córdoba, na Argentina.
Colhia cogumelos selvagens pelos pampas para que a noite, na luz das estrelas, na companhia de sua família, pudesse enfim degustá-los assados na fogueira.
[VERENA]

Grata por tudo aquilo que conquistaram, elas vivem da Arte.
Consideram tudo isso um milagre pois sabem que vivemos num mundo onde muitos são chamados e poucos são escolhidos.

A imaginação permeia em cada canto de sua casa através dos contos e lendas ancestrais que se fundem com sua realidade contemporânea.
Seria Sissi, a Imperatriz ao som da Traviatta de Verdi ou quem sabe Catarina, a Grande dançando Madonna.
[VERENA]

Seu coração sempre ecoa a frase-legado de seu pai: “Vive la diference!”
Seu grande amor: Paco...Paco de Lucia, sempre Paco!
Sonha com um mundo mais justo e lúdico, queria conhecer Israel e ter um cachorro mexicano Xolo.
[ISABELLE]
Agora é só subir pois a festa vai começar!
Castanholas, violões, atabaques e violinos não vão parar de tocar!
…A STAIRWAY TO HEAVEN,  A STAIRWAY OVER THE RAINBOW…

Isabella Barbosa